
Em entrevista publicada neste sábado (10) ao jornal inglês The Guardian, a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) afirmou que a “resposta genocida” de Jair Bolsonaro (sem partido) à pandemia deixou o Brasil “à deriva em um oceano de fome e doenças”.
“A realidade é pior do que qualquer coisa que eu poderia ter imaginado. É como se estivéssemos à deriva. Estamos à deriva em um oceano de fome e doenças… É realmente uma situação extrema que estamos testemunhando no Brasil”, disse Dilma.
Ainda, a ex-presidenta afirmou que “Estamos vivendo uma situação extremamente dramática no Brasil porque não temos governo, nem administração da crise”, e que a sabotagem de Bolsonaro às medidas de contenção da doença trouxe uma crise de “proporções catastróficas”.
“Não estou dizendo que o Brasil não teria sofrido mortes [com uma resposta diferente] – todos os países sofreram. Estou dizendo que parte do nível de mortes aqui se deve fundamentalmente a decisões políticas incorretas, que ainda estão sendo tomadas”, apontou Dilma.
O repórter do The Guardian, Tom Phillips, ressaltou que a ex-presidenta não aponta Bolsonaro como único culpado pela crise de covid-19, mas que também responsabiliza “as elites econômicas, chefes militares, magnatas da mídia e políticos que ajudaram os extremistas de direita a ganhar o poder [após o golpe]”.